quinta-feira, 10 de março de 2016

Intimações


Rua sempre rende boas histórias, lembro de um reforço cartorário em Pelotas que rendeu muitas:
1- Fomos intimar um cidadão no bairro Pestano se não me engano. Daí estacionamos a VTR (viaturas) em frente a uma casa verde, e mal descemos um cidadão veio puxar papo, falando que a coisa no bairro tava feia, muita chinelagem, etc. Dai o colega responde. Também o maior traficante do bairro mora ai nessa casa verde. E de pronto o cidadão salta. Mas... Mas.. essa casa é minha... Era o próprio, e o colega não tinha se dado conta.

2- Um comissário antigão, daqueles fuçador, e resolvedor de coisa encravada, indignado com um
suspeito, que havia sido intimado várias vezes e não aparecia. Pegou as chaves da vtr, me chamou e fomos lá trazer a marra o sujeitinho. Em frente ao barraco de madeira, caindo aos pedaços, batemos palma, e nada, mas a porta estava aberta e fomos entrando. E o comissa avisando o fulano de tal, é a policia, viemos te levar para pegar teu depoimento. E vemos um vulto levantando de vagar, da cama. E o colega, pergunta, tchê , ta pensando, o que?! Porque não apareceu na DP? E o cidadão da uma tossida, e manda: Desculpe, “senhô”, é que to com tuberculose. Bom, o comissário, que estava quase pegando o homem pelo pulso, começou a dar de ré. Meio que gaguejar e dizer: Não... Não precisa mais vizinho... Pode fica aí... E saí suando da casa, dizendo: Tá loco. Vai que me da um contravapor desse troço brabo!

Fernando Sant'Anna

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