sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Campo de Força.

Se tem coisa que sempre escutei era que ocorrência perigosa na polícia é envolvendo doente mental, mas apesar da campanha ter bastante gente “delereada” (como chamam os loquinho por aqui), maluco, maluco mesmo, diplomado (com atestado médico) são poucos. Mas como dificilmente durante a carreira de polícia, tu não vai ver de quase tudo nessa vida. Certo dia fomos chamados para atender uma ocorrência envolvendo um “doido”. O cara tinha pego uma inchada, entrado na casa do sogro, e sentado a inchada no véinho. E fomos lá pra ver a situação, eu, um colega, e uma brigadiana (já que aqui no “oco do mundo” o efetivo é pequeno, é normal a BM nos dar apoio na rua). Em lá chegando tava o véinho, com a cara redonda feito uma bolacha trakinas (toda inchada). Perguntamos o que havia ocorrido, e a esposa do doido, disse que ela tinha esquecido de dar os remédio pro marido, e ele entrou em surto psicótico, pegou uma inchada, e tentou bater nela, mas o pai se meteu e acabou levando a pior. Depois o “loco” (com todo respeito) saiu correndo pra um mato atrás da casa. Bom com receio que o autor, tivesse ido se matar, ligamos para a ambulância vir buscá-lo para medicar o dito cujo. E fomos atrás, os três policias e esposa do suspeito. Andamos um pouco, e achamos ele sentado, num tronco de arvore caído, com o olhar perdido, olhando pro nada, falando coisas desconexas. Tentamos um dialogo, mas ele só dizia, que não tinha medo de ninguém, que tinha um campo de força, e que ninguém podia tocar nele. Quando a esposa tentava falar era pior, ele gritava, xingava e pulava. Depois de um tempo a ambulância chegou e o jeito foi botar a mão no home. Cercamos o vivente, que continuava dizendo que não tinha medo de nós, que ele tinha um campo de força. E nisso ao nos aproximarmos, o loco deu um pulo pra cima do colega, e se grudou na pistola que estava em sua cintura, ainda no coldre. O colega pós a mão na arma para segurá-la, eu corri, mas antes que chegasse até o doido. Quebrou o campo de força! A brigadiana "deu-lhe" uma borrachada na orelha do maluco, que ele saiu rolando, feito cachorro que caiu do caminhão de mudança. O home caiu estirado no chão. Bom... Algemamos o xibungo, e o levamos pra ambulância. No caminho ficamos os três quietos, que nem guri cagado, pensando que se esse “loco” ficasse com alguma sequela da paulada, a coisa ia fede. Mas antes de chegar ao hospital, já medicado ele recobrou o juízo, e pediu desculpas, acho que a cacetada apertou os parafuso soltos dos doido. Tá certo que bate em maluco não é bonito, mas situações extremas, pedem atitudes extremas, afinal na campanha, onde só tem tu e tu mesmo, até mulher tem que virá macho, em certas ocasiões.